Diante de um cenário preocupante na segurança pública do Município, há seis anos a Prefeitura criava as Operações Integradas. O projeto, com objetivo de reunir forças de segurança e órgãos de fiscalização, se tornaria mais tarde um dos eixos de Policiamento e Justiça do Pacto Pelotas pela Paz. A partir desse conjunto de ações, aos poucos foram sendo observadas mudanças nos índices de criminalidade.

De acordo com o boletim de informativos criminais realizado pelo Observatório de Segurança Pública e Prevenção Social de Pelotas, logo no primeiro ano de implementação das Operações houve uma queda de 33% nos roubos a pedestre, que até então eram um grande problema para a comunidade. Em 2017 foram 3.261 ocorrências, já para 2018 esse número caiu para 2.511, chegando a 964 em 2021, o menor número até agora.

Outra dificuldade que os pelotenses enfrentavam era a insegurança em transportes públicos, uma vez que em 2017 foram registrados quase 200 roubos e furtos dentro desses. Agora, a última atualização do Observatório mostra que em 2022 foram somente 34 registros. Dentro do levantamento, os crimes violentos letais intencionais (CVLI) são os que mais tiveram redução ao longo dos últimos seis anos, enquanto em 2017 foram 120 registros, em 2022 ocorreram somente 23, uma queda de 81%. Esses índices, por sua vez, mostram que apesar de ainda haver necessidade de melhorias nas ações, um caminho importante já foi trilhado.

Segundo o coordenador do Observatório, Samuel Rivero, não há dúvidas de que a queda na criminalidade local está diretamente associada às iniciativas promovidas pelo Pacto. Ele cita, inclusive, um estudo realizado recentemente um estudo pelo Centro de Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), intitulado “Efeitos do Pacto Pelotas pela Paz sobre a violência e crime: uma análise de controle sintético”, que confirma essa relação.

Rivero diz que, a partir desse resultado otimista, o maior desafio é manter esses indicadores. “Tem determinadas ocorrências, como roubo a residência e roubo a transporte público que passam semanas sem nenhum registro. Assim, nossa meta deve ser manter a mobilização e a integração entre todas as forças de segurança, para garantir a manutenção dos baixos índices criminais”, explica. A partir de agora, para além de analisar e comemorar essas mudanças, segundo o mesmo, é preciso atualizar as estratégias e fortalecer políticas para continuar reduzindo a criminalidade. “Também é importante avançarmos em temas como a prevenção das diferentes formas de violências e perturbação do sossego”, acrescenta.